quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Campanha da Fraternidade critica o capitalismo

A Campanha da Fraternidade 2010, lançada hoje por um conjunto de igrejas cristãs brasileiras, colocou na mira a economia e o capitalismo. Apesar de afirmarem que não estão propondo um novo modelo econômico, representantes das igrejas criticaram a acumulação de capital e os grandes negócios.


Com o tema "Economia e Vida: Vocês Não Podem Servir a Deus e ao Dinheiro", a campanha deste ano será patrocinada não apenas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tradicional criadora, mas pelas igrejas Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, Sirian Ortodoxa de Antioquia e Presbiteriana Unida.

"A campanha pretende nos ajudar a reconhecer nossa omissão em relação à injustiça social que causa exclusão e miséria", disse o reverendo Luiz Alberto Barbosa, secretário-geral do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil.

Questionados sobre qual seria esse modelo de economia mais solidário, já que a própria Igreja Católica hoje é proprietária de bancos, empresas e outros negócios, o representante da CNBB, dom José Alberto Moura, presidente da comissão de ecumenismo, afirmou que "a economia não é algo do diabo". "É o modo de usá-la que está em questão. Não criticamos uma ou outra pessoa, mas uma mentalidade de concentração de renda", disse.

O cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, destacou que a campanha deve ser, antes de tudo, um apelo à solidariedade dos cristãos para com as pessoas mais pobres. Ele criticou a Teologia da Prosperidade, defendida por grupos evangélicos que dão ênfase ao dinheiro, ensinando que os fiéis devem desfrutar boa situação financeira. "A Teologia da Prosperidade é o oposto do que propõe a Campanha da Fraternidade."

Segundo o cardeal, "a idolatria do dinheiro sacrifica valores éticos, como a partilha dos bens, que devem servir tanto às pessoas como aos países, em defesa da vida na Terra"

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